"Se a tua dor te aflige, faça dela um poema!"

Fones de Ouvido.

Na carteira há um tempo limite e não passava de forma alguma, tomei o primeiro ônibus que passara; estava irritadíssima.
Com os fomes de ouvido, distraíra- me com tanta gente, tocava The Beatles Rock Band "words of love", repara-se que a maioria das pessoas que passava pela frente ou até fora também ouvia uma canção.
Escutei uma interferência. Parecia canções sem melogia, eram vozes soltas. Vozes tristes, outras felizes. Podia ouvir os pensamentos dos que estavam a minha volta.
Rumores.
Quando percebi parecia ver olhos para cima de mim, era impressão. Talvez!
Desconfortável, formidável também.
Olhava para frente e seguia viagem; ainda cansada.
Vi uma garota sorrindo sozinha sem se importar, olhar melancólico e apaixonado; ouvia uma música que dizia mais ou menos assim: "you don´t realize how much I need you, love you all the time, never leave you." Parecia cantá- la com o coração, via sinos e estrelas mesmo que á tarde. Comemorava antecipadamente e só o primeiro dia dos namorados que passaria com o primeiro amor. Não continha sua alegria, sua fraqueza, a bambeza das pernas, seu coração palpitava de acordo com o amor que a mantinha viva. E como estava viva agora!
Desejava mais do que trocas de presentes, mais do que entregar o que havia preparado cuidadosamente com suas próprias mãos, desejava que o dia chegasse logo para que ficasse todos os centímetros de momento em suas memórias para sempre, indescritível. Que deixasse ambos sem paravras de tanto amor, que os olhos se mostrassem ternos, carinhosos e molhados, que as mãos estariam como na primeira vez, juntas como um ímã, como se nunca estivessem separadas algum dia.

E quando pude além de ouvir tudo isso do seu coração, sentindo, veio- me uma imensa vontade de chorar, de tanta paz; Por ter vivido esse primeiro amor todos os dias, além...