"Se a tua dor te aflige, faça dela um poema!"

Dentro dos olhos.

Estou tão bem assim. Que me dá um certo medo. Medo até de colocar a música errada para dançar. Agora está tocando I Say a Little Prayer com a Aretha Franklin e me dá uma vontade louca de dançar ela com os olhos fechados, com passos curtos e com esse mesmo sorriso no rosto. Estranho não ter tido vontade de escrever tanto como gosto,tanto como escrevo. É normal? Porque estou tão bem assim. É incrível porque daí me sinto tão minha. Tão profundamente minha como nunca fui ou como tinha esquecido de ser. E sem escrever não divido nada do que passa aqui dentro com ninguém,porém,dou umas escapadas. E deixo alguns bilhetes na porta da geladeira ou encima do criado- mudo. E estou deixando com que as coisas aconteçam, mas que aconteçam principalmente para mim.

Aliás,minto, tenho escrito sim. Em outras folhas,em outras paredes mas só prá quem possa me ler dentro dos olhos.

Com áspas.

A única coisa que sei é que dias ensolarados virão...
Mas enquanto eu sentir aflição no peito, terei muito respeito por esta, sem apegos, só por pura consciência de que a vida é ciclica e de que senti- la é a única forma de entender a dor alheia (matéria de poesia é isto também). E que eu tenho ajuda de que preciso.
Mais preciso sentir.
Então, enquanto eu não arrumar minha casa de dentro, não escreverei aqui minhas angústias: estas estão em mim, mais ainda não se organizaram em palavras.

fleurs dans le jardin

Sou pétala caída no chão, flor murcha fora da estação.
Não caibo em nenhuma estante feito retrato de decoração.
Queria que juntassem todas as pétalas, agora espalhadas pelo vento.
Se não estivesse assim pelos meios, que fizesse um ramalhete,e entregasse para alguma alma contente.
O canteiro é que já está seco, não vê água desde o último verão.
Aqui,já é inverno, gelou as beiradas do meu coração.
Como em meios a livros preferidos, existem flores amarelas antigas feito café forte com muito açúcar e uma gota de limão.
Dias desses descubro, se já fui flor guardada com amor.
Florida ou não tem um deposito de alegria que carrego comigo. Guardadinha, num potinho de vidro com cheiro de alecrim.
Vejo pela janela da casa ao lado, se alguém saí de lá e me coloca para passear.
Não é tão triste assim.

Dia da poesia.


Amor quando é amor não definha.
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro.
E o meu engano for provado então eu nunca terei escrito ou nunca ninguém terá amado.

Eu carrego você comigo.*

Carrego seu coração comigo
Eu carrego no meu coração
Nunca estou sem ele

Onde quer que vá, você vai comigo
E o que quer que faça
Eu faço por você

Não temo meu destino
Você é o meu destino meu doce
Eu não quero o mundo por mais belo que seja

Você é meu mundo,minha verdade
Eis o grande segredo que ninguém sabe.

Aqui está a raiz da raiz
O broto do broto e o céu do céu
De uma árvore chamada vida
Que cresce mais que a alma pode esperar ou a mente pode esconder
E esse é o pródigo que mantém as estrelas á distância

Eu carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração.


*Extraído do poema de E.E. Cummings, para todas as pessoas que eu amo.

A primeira do céu.

É sentar na varanda,debaixo da árvore de goiaba e ficar lá,quietinho,como se não houvesse amanhã.
A garrafa de café está ao lado. Preparada para qualquer trago de cigarro.
Ele vêm acompanhando- me bem menos por esses dias,apesar da insistência em querer todo dia depois do almoço.
Mais que mania,meu moço!
Coração acelerado,pede mais um trago.
E venta fresco,mexe os cabelos, e a fumaça contagia todo o lugar.
Cheira avô lá na fazenda cuidando da horta,cheira amor-do-verão-retrasado,cheira o gosto do café de manhãzinha.
O tempo está passando,a tardezinha vêm chegando. Dia desses os dedos estarão amarelos.
Suspiro,pensando no que passou e eu ali,sentado.
De repente,fecho os olhos,bem apertados e quando os abro vejo a primeira estrela do céu.
Desde criança,fazia um pedido.
O fiz!
Atenda,dona-estrela.

2 anos de blog.

Minha terapia, é ainda poder escrever.
Aqui,lá a-c-o-l-á.










Todo amor que houver nessa vida,pra você,pra mim,pra nós!

Deixamos como está!

Preciso ouvir uma música nesse instante. De uma só boca, com uma só voz.
E quando toda ventania passa, a poeira então desce e a chuva cai limpando tudo que é ruim da natureza e da gente, as flores então aparecem. E eram murchas, cairam, agora está bem florido, até o canteiro da padaria.
Uns sorriem, outros tem lágrimas caídas no canto da boca. É que a nossa posição muda a todo instante,e isso as vezes é bom,para quem está do lado que julga ser bom.
De repente, começa tocar I want to hold your hand e é tão clichê, bem agora, enquanto escrevo esse bilhete para colocar no portão de uma casa qualquer. E eu precisava ouvir uma música que pudesse acalentar o peito.
Aquecer meu coração.
Isso-quase-sempre-faz-mal.
Deixamos como está!
Acabei de colocar no modo repete e vou dançar, com o som bem alto. Já é de madrugada, e se alguém interfonar aqui e reclamar vou dizer em bom tom que tenho o direito de saciar toda pouca felicidade que existe entre notícias e noticiários.
E já vou desculpando-me por deixar esse bilhete bem na varanda de sua casa,só consegui pensar que alguém tinha de me ouvir,ou me ler e talvez compartilhar de todo amor junto à mim,mesmo sem saber. Obrigada também.
Ainda mais com esse jardim cheirando quase aqui dentro de casa.

É que ainda não tem nome.

E quando a gente volta escrever, pode- se saber: flechas flertando com o coração há de ter.

Ou então é cisco no olho no anoitecer.

E não tem para quem falar. Para que falar?

Há de ter, mas há tantas picuinhas dentro e no meio. No meio da multidão.

O problema é quando não é só você na jogada.

Aí o coração bombeia o sangue-que-sobe-e-desce-da-cabeça-aos-pés.

Vira incerteza ou é certeza demais.

Se começa a falar, bons ventos não vêm soprar.
E no papel tinha versos rabiscados. Agora poemas, mais nada tão suficiente para o momento. Parece distante.

O corpo parece estar demasiado de drogas, músicas e oscilando do bom e do ruim.

Não é fácil de explicar. Agora não!
Daí a gente acorda e sente aquele ventinho frio do tempo de verão. Janeiro é sempre o mesmo, o verão é sempre o mesmo e também não. Sempre te trás o que espera, e sempre espera o que te trás.
E começa os chuviscos e que derramam junto entre os pensamentos sorrisos incertos. Ou certos.

E aparece o sol vezenquando.

E descobre finalmente que está pronto de coração, de alma. E está pronto para outra, para outro. Tudo de novo, bem mais esperançoso. Amor, amor amor.

É que tudo começa no começo do verão...


Está aberto.

E qualquer sentimento que surgir

-digo: o meu coração aceitará.

Só faça com que ele cresça.