"Se a tua dor te aflige, faça dela um poema!"

Brancas, estão!

Estar sentada, rodeada de paredes brancas.

Tento me espalhar, busco outro lugar.

Quero sair, me livrar.

Sufoca-me mesmo com tanto ar sobrando e soprando sob o próprio ser. Descobri!

Descobri sim onde estou, estou dentro de mim. Consegui me ver por fora, por dentro além de todas as palavras já ditas e escritas, enfim.

Não há uma fresta para que eu possa sair?

Alguém me tira daqui?

Leva-me pro infinito mesmo que seja sem fim... Mostre-me o abismo que é mais bonito do que esta dentro de mim. Preferiria o escuro a esse branco ou marfim. Estou tonta, vejo imagens refletidas dos meus olhos. Não gosto do que vejo! Por enquanto queria me esconder, enfim.

Escorro-me pelas paredes. Derramo-me no chão! Vejo-me pelos cantos prendendo a respiração toco os lugares e sinto as dores do meu coração...

Olho pára as minhas mãos vejo que a dor está chegando ao fim, basta eu querer, sim! A pulsação desse lugar está lenta, baixa é assim que me sinto, enfim.

Melhor me afastar, ficar quieta sentada ao chão esperando uma pista chegar para aliviar o que me deixa presa com essas paredes brancas a me rodear.

Como cheguei aqui? Por mim mesma ou alguém me levou a esse fim?

Creio que na verdade conseguiram me levar para dentro do meu ser sim e que isso não é o fim mais o início de uma história, enfim...!

Voar.

Me faça derramar lágrimas salgadas e doces ao mesmo tempo, não me faça derramar lágrimas amargas.

Se era essa a intenção, sim, você é um vencedor. Conseguiu!

Juro que era saudável derramar as poucas lágrimas adocicadas que me restavam, porque de uma forma ou de outra, sentia que valia à pena por mais difícil que fosse, valia à pena cada gota.

E o gosto vinha cada vez um pouco diferente da outra, tinha ternura, respeito,saudades. Essas que caíram agora e ainda caem, derramaram com as lágrimas também do coração nas folhas ainda em branco que escrevia para você e de forma que eu não me esquecesse delas em qualquer vida que eu virá a viver.

Se era essa a intenção!

se era essa a intenção, sim, você conseguiu.

Até então, não tinha debochado do meu amor nem do meu coração. Via nas minhas lembranças que esse sentimento para você, era digno e que agora achas que não seja mais digno à você. Escute! Isso pode ter me levado ao chão, sim, se era essa a sua intenção.

Cheguei ao chão, bati os joelhos em pedras, está tudo ferido e há sangue a minha volta, está assim dentro e fora do meu coração.

Me levou a centímetros do inferno e irei voltar daqui um tempo para que eu possa voltar a voar com as outras borboletas e todos os pássaros do céu.

E depois disso tudo, do que serve todas essas minhas palavras? Sinto que nada. Completamente, nunca foram nada, mais tudo para mim.